27 de dez. de 2017

MESTRADO

Educação: o meio ambiente e o conhecimento tradicional e acadêmico

Cassiano Apinagé, Mestre em Ciências do Ambiente. (foto: Odair Giraldin/UFT)

A busca persistente pelo conhecimento e o saber é condição fundamental para a evolução da pessoa humana e o desenvolvimento da sociedade em que vive. Por essa razão os povos indígenas e suas lideranças se superam preparando se para enfrentar questões e problemas comuns de suas comunidades, que a cada dia se apresentam cada vez mais desafiadores e difíceis.

Seja para defender seus territórios e suas culturas e, empreender lutas socioculturais e políticas para garantir direitos, seja para buscar uma carreira profissional, os indígenas por conta própria escolhem nas diversas áreas do conhecimento aquilo que gostam e querem seguir na vida.

Assim muitos indígenas estão se organizando e buscando na “educação diferenciada” condições e formas de resistir e garantir sua sobrevivência física e cultural numa conjuntura cada vez mais incerta e ameaçadora. Atualmente pelo esforço próprio alguns indígenas tocantinenses se formaram (ou estão se formando) em medicina, direito, pedagogia e antropologia.

Mas, para os indígenas só o conhecimento técnico e cientifico adquirido nas salas de aulas não basta. Para continuarem existindo num mundo extremamente globalizado, insensível, intolerante, competitivo e desigual esses povos dependem e precisam ficar intimamente ligados à suas origens, tradições, praticas culturais, modos de vida e religiosidades.

Aliás, nesse sentindo a educação formal deveria caminhar junto com a educação tradicional. O processo de ensino da escola formal, ofertada pelo Estado, não pode excluir e negar a forma tradicional indígena de aprender e ensinar. Mas, ambas podem se complementar; ampliando conhecimentos e enriquecendo saberes da diversidade étnica e cultural do país.

As lutas e sacrifícios dos indígenas Apinajé, para se alfabetizar, cursar o ensino fundamental, ensino médio, entrar e se manter numa Universidade não tem sido fácil. As dificuldades e obstáculos que os acadêmicos enfrentam são tantos, que até o momento só um indígena desta etnia conseguiu fazer um Mestrado.

Ter que sair da comunidade e se afastar alguns tempos da família são barreiras que muitos não conseguem vencer. Mas, o caráter, a força de vontade e a determinação de Cassiano Sotero Apinagé, foram decisivos para superar essas dificuldades e obstáculos.  O indígena iniciou seus estudos em março de 2015 e em dezembro de 2017 conseguiu concluir o Curso de Pós-graduação em Ciências do Ambiente pela Universidade Federal do Tocantins em Porto Nacional - TO.

A apresentação da Dissertação para obtenção do grau Mestre no Curso de Ciências do Ambiente aconteceu no último dia 11/11/2017 na cidade de Palmas - TO. Uma importante conquista não só para o Cassiano, mas, um exemplo e motivação para muitos jovens indígenas que sonham chegar à Universidade e concluir um Mestrado. A comunidade da aldeia São José, aonde nasceu e vive, também saiu vitoriosa, já que Cassiano há mais de 20 anos atua de forma profissional na área da educação junto a seu povo.

Pelo conhecimento que tem de sua cultura, e em razão do respeito na comunidade, Cassiano ainda se destaca como liderança agindo em defesa dos direitos sociais, ambientais e territorial dos Apinajé. Junto com outras líderes sempre se posiciona de forma coerente e decisiva por melhorias e atenção das políticas públicas dos órgãos do Estado para as comunidades Apinajé. 

Neste Curso de pós-graduação em Ciências do Ambiente, Cassiano teve como orientador o Prof. Odair Giraldin, da Universidade Federal do Tocantins-UFT. Esse importante líder contou ainda com apoio da família, e dos amigos indígenas e não-índios, que admiram (os) sua trajetória, respeitam (os) sua postura e acreditam (os) em seu potencial. 


Terra Apinajé, 27 de dezembro de 2017

Associação União das Aldeias Apinajé-Pempxà

22 de dez. de 2017

EDUCAÇÃO

IFTO oferece dois Cursos para indígenas Apinajé



Em 2016 tivemos os primeiros contatos com professores e acadêmicos do INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO TOCANTINS-IFTO, que visitaram a TI. Apinajé. Atendendo o convite do IFTO em 17 de abril deste ano participamos das atividades da Semana dos Povos Indígenas 2017 realizadas no Campus do IFTO de Araguatins -TO. No mês de outubro professores do Campus de Araguatins estiveram na aldeia São José fazendo a abertura das inscrições do Vestibular do IFTO de 2017.

No último dia 19/12/17 na aldeia Cipozal, no município de Tocantinópolis-TO, estivemos reunidos com as Professoras Lucinalva e Cássia e ainda o Professor Miguel, que vieram acompanhados de acadêmicos dos Cursos de Agroecologia e Computação Básica do Campus de Araguatins. Na ocasião os visitantes apresentaram para as lideranças propostas de duas Disciplinas que estão sendo ofertadas para os indígenas Apinajé.

O Curso de Agroecologia propõe trabalhar a parte teórica e pratica do cultivo de hortaliças, reflorestamentos, SAFs e plantio de espécies frutíferas nos quintais, durante as aulas. O Curso propõe ainda analisar amostras de solo e buscar parcerias e apoios da FUNAI e do RURALTINS para aquisição de adubos, sementes e mudas de cupuaçu e cacau. Para o Curso de Computação Básica, teremos aulas sobre manutenção, planilhas; (Excel, Word, Power Point), antivírus, audiovisual e segurança na rede.


A proposta é buscar parceria ainda com a Universidade Federal do Tocantins-UFT e Delegacia Regional de Ensino-DRE de Tocantinópolis para uso pelos alunos dos laboratórios de informática-LABIN da UFT Campus de Tocantinópolis e das Escolas Mãtyk na aldeia São José e Tekator na aldeia Mariazinha.

Os Cursos ofertados serão ministrados pelo IFTO Campus de Colinas e Araguatins; Curso FIC. Os indígenas Apinajé terão 40 vagas para cada Disciplina.


Terra Indígena Apinajé, 21 de dezembro de 2017


Associação União das Aldeias Apinajé-Pempxà

EXTRATIVISMO

Encontro de Mulheres Apinajé 
O VI Encontro de Mulheres Apinajé realizado no período de 12 a 16 de dezembro de 2017, na aldeia Bacabinha, TI. Apinajé debateu usos e aproveitamentos da Palmeira babaçu. Ao menos 60 mulheres vindas das aldeias Apinajé participaram das palestras, oficinas de artesanatos, quebra e extração das amêndoas, fabricação do óleo de babaçu e outras atividades agroecológicas.

Esse Encontro foi uma parceria da Associação Pempxà, FUNAI, prefeituras de Cachoeirinha e São Bento do Tocantins. Esse foi mais um importante encontro da agroecologia realizado na TI.Apinajé, e serviu como espaço de intercambio, troca de experiências, transmissão de saberes e desenvolvimento cultural.

Nesse Encontro as lideranças mais idosas, de maneira pratica e natural repassaram aos mais jovens os valores socioambientais definidos nas relações recíprocas existentes com essa palmeira, que há muitos anos utilizamos em nosso dia-a-dia. Assim em cada Encontro aprende se sobre os valores e a importância do babaçu, que num passado recente esteve gravemente ameaçado pela ação dos fazendeiros e grileiros.

Diariamente utilizamos as palhas dessa palmeira para cobrir nossas casas, fazer esteiras e cestos. Das amêndoas tiramos o leite e o óleo. O mesocarpo é uma massa existente na entrecasca e é alimento das caças. Mas, o mesocarpo também já é extraído e processado pelas quebradeiras de coco e é utilizado para fazer mingaus. A parte lenhosa da casca é aproveitada em toda a região para fabricação do carvão vegetal.

Então por essa razão a palmeira babaçu é uma espécie importante que merece atenção especial, e cujo valores ambientais e culturais não podem ser desprezados. De forma altiva a espécie se destaca embelezando as paisagens urbanas e rurais do Norte de Tocantins, Sudeste do Pará e Sul do Maranhão sendo motivo de alegria e orgulho para os povos indígenas, quilombolas e camponeses.

Na cultura das quebradeiras de coco, a palmeira babaçu também já virou música que é cantada para animar nossas lutas e mobilizações. A palmeira ainda é citada em poesias, como no trecho a seguir: “Araguaia, em tuas margens, o colibri beija a flor da ingazeira. A brisa das manhãs é suave, e balança as palhas das palmeiras. Terra de mulher guerreira; menina, morena faceira, quilombola, quebradeira”.

Esperamos que sejam realizados mais Encontros das quebradeiras de coco Apinajé e, como ideia e sugestão da próxima vez convidar também os professores e alunos das Escolas Indígenas Mãtyk e Tekator, afinal de contas esses Encontros são ricos em experiências práticas e conteúdo que podem ser considerados aulas, que sem dúvida contribuirão para o desenvolvimento socioambiental e cultural dos alunos e professores.

Terra Indígena Apinajé, 21 de dezembro de 2017

Associação União das Aldeias Apinajé-Pempxà

18 de dez. de 2017

CARTA DO 3º ENCONTRO TOCANTINENSE DE AGROECOLOGIA

CARTA DO III ENCONTRO TOCANTINENSE DE AGROECOLOGIA

A terceira edição do Encontro Tocantinense de Agroecologia foi realizado entre os dias 23 e 26 de novembro na Aldeia Cipozal, Terra Indígena (TI) Apinajé, no Tocantins. Confira o documento final:
No  III Encontro Tocantinense de Agroecologia, realizado no período de 23 a 26 de novembro de 2017, na aldeia Cipozal, Terra Indígena Apinajé, município de Tocantinópolis, Tocantins, tivemos relevante participação de povos indígenas, camponeses, quilombolas, quebradeiras de coco e suas organizações representativas vindos de assentamentos, aldeias, quilombos e cidades do Estado do Tocantins. A chegada das caravanas vindas de todas as regiões do Tocantins e de outros Estados à aldeia Cipozal aconteceu na tarde do dia 23.
O III Encontro Tocantinense de Agroecologia é uma importante conquista e realização desses lutadores e lutadoras, protagonistas da resistência camponesa e indígena na região Norte de Tocantins, mais conhecida como “Bico do Papagaio”. Nas décadas de 1970 e 1980 essa região foi palco de intensas lutas dos trabalhadores(as) rurais e das quebradeiras de coco. Naqueles tempos sombrios de violência e opressão, para não entregar essa terra aos latifundiários e ruralistas, nossos povos se organizaram, lutaram e enfrentaram a grilagem, a pistolagem e a violência institucionalizada da ditadura militar.
Nosso povo sabe o que quer. Na mesma época, o povo Apinajé junto com parentes Krahô, Xerente, Kayapó, Xavante e Romkokamekra (Canela), se mobilizaram para lutar, demarcar e garantir parte de seu território tradicional, às custas de muito sacrifício, suor e sangue. Portanto, nossa luta é a mesma, sempre sofremos violências dos grandes por causa de terra. Sempre foi assim nossa história de luta para garantir nosso Cerrado, nosso babaçu, nossas águas e nosso território do Bem Viver para presentes e futuras gerações. O 3º Encontro de Agroecologia é a continuidade e afirmação dessa resistência dos povos do Bico do Papagaio. É incidência política em favor do Bioma Cerrado, da palmeira babaçu, do pequi e do bacuri. E a doação de Vidas pela Vida.
Esses ideais e objetivos das lutas travadas pelos povos indígenas, quilombolas, quebradeiras de coco e camponeses presentes nesse III Encontro se misturam e se confundem na mesma causa comum. Movidos pelo senso universal do sagrado direito a existência e pela consciência em defesa da vida, buscamos a liberdade; lutando contra a escravidão do corpo e da alma, nos insurgindo contra a violência e a tirania do latifúndio. Queremos um mundo livre de muros e cercas, uma sociedade mais tolerante e um Brasil mais soberano, independente e altivo. Exigimos a demarcação dos territórios indígenas, quilombolas e nos manifestamos contra a corrupção, o abuso de poder e o golpe dos ruralistas. Com essa força e teimosia, nos levantamos em defesa das águas e da vida da Mãe Terra. Enfrentamos juntos as dificuldades e as imposições daqueles que querem nos provocar, dividir e enfraquecer.  
Esse III Encontro é sustentado e alimentado pelas experiências de nossos anciãos, a força de nossa juventude e a esperança de nossas crianças. As diversas oficinas temáticas realizadas significaram trocas de experiências e formas vivas e divertidas de se alegrar, transmitir conhecimentos e desenvolver saberes. Espaço para compartilhar, aprender e ensinar. A união da diversidade, intercâmbio cultural e celebração do Bem Viver. Lugar de pluralidade, de cantoria, de alegria e da amizade. Momento de poesia, de canção e de sabedoria. Encontro do maracá, da sanfona, do violão e do tambor.  Momentos únicos de magia e simpatia das mulheres guerreiras, meninas morenas, indígenas, quilombolas e quebradeiras. Encontro de celebrar a mística da terra para plantar, do sol para brilhar, do vento para soprar, das águas para molhar e dos povos para revolucionar.
A labuta incansável e diária das mulheres indígenas é a mesma das mulheres quilombolas e quebradeiras de coco; sofredoras na mesma dor, mas também guerreiras e batalhadoras que nunca se entregaram e se deixaram escravizar por ninguém.  Como a própria Mãe Terra, mulheres são geradoras da vida e reparadoras, que fazem brotar das cinzas a vida que foi queimada e destruída. Senhora absolutas da fertilidade e animadoras da esperança. Mulheres, presentes no lar, na política, nas salas de aulas, na roça, nas artes e na luta social. Mulheres valentes e presentes no 3º Encontro Tocantinense de Agroecologia.
Nossa relação e diálogo com a natureza é de Paz, harmonia e reciprocidade. Nesse encontro, vozes proféticas denunciaram as hostilidades e a guerra injusta do agronegócio contra a Mãe Terra. Repudiamos o uso do veneno nas plantações, a expansão das monoculturas de soja e eucaliptos, o desmatamento, os incêndios florestais e os assassinatos de ativistas e ambientalistas; práticas criminosas e desprezíveis atribuídas aos ruralistas que devem ser combatidas.
Os empresários do agronegócio não conseguem compreender a natureza que pede socorro e precisa viver. Alguns homens interromperam de vez sua ligação com os elementos vitais do Planeta e o sagrado, de forma ingrata não querem mais conhecer e valorizar a chuva. Insensatos se recusam a ouvir e sentir a voz do vento. Arrogantes, ignoram e não querem ver a luz e o brilho do sol. Imprudentes, envenenam as águas. A falta de sabedoria os leva a desprezar a espiritualidade da terra aonde pisam. Tudo isso movidos pela lógica do desenvolvimento econômico, da acumulação de capital e da cegueira em busca de lucros sem limites. Por causa do dinheiro, essa classe político-empresarial despreza princípios e valores humanos, esquece de Deus e perde a razão.
Diante dessas ofensivas, a própria natureza está reagindo para ser respeitada e ouvida. Antes que o Sol responda, nos perguntamos: Quantos rios precisam secar para que entendam e parem de desmatar? Até que aprendam o sentido do Bem Viver, quantas árvores atingidas pela ação criminosa dos tratores irão morrer? Quanta hipocrisia e mentiras irão ser repetidas a todo momento, antes de afirmarem a verdade declarando que veneno não é alimento?
Continuaremos firmes na prática da produção sustentável de alimentos agroecológicos, pois o ato de se alimentar é celebração da vida. No fortalecimento e garantia da Segurança Alimentar e Nutricional dos povos e suas comunidades. Defendemos a recuperação de áreas degradadas e proteção dos mananciais de águas. Estaremos sempre pró ativos participando da Campanha em Defesa do Cerrado e contra o desmatamento e o MATOPIBA. Nossos povos continuarão sempre atentos e mobilizados contra os projetos de hidrelétricas planejados nas bacias dos rios Tocantins e Araguaia, que afetam e ameaçam povos indígenas, ribeirinhos e camponeses. Esse desafio é nosso!
Enfim, esse foi o Encontro da pluralidade de ideias e pensamentos, da afirmação étnica, da diversidade cultural, das sementes, do artesanato, das expressões corporais, das pinturas, das artes, danças, corridas de toras, atividades que fizeram parte das apresentações agroecológicas e culturais do III Encontro Tocantinense de Agroecologia. Momentos que vão ficar na história e na memória dos participantes desse Encontro.
Aldeia Cipozal, Terra Indígena Apinajé, 26 de setembro de 2017.
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12 de dez. de 2017

FÓRUM MUNDIAL DA ÁGUA

Informes sobre o Fórum Mundial da Água e  sobre o Fórum Alternativo Mundial da Água

Aspecto do Ribeirão Botica na TI. Apinajé. (foto: Antonio Veríssimo. Set. 2017)

1.  O 8° Fórum Mundial da Água – FMA acontecerá em Brasília entre os dias 18 a 23 de março de 2018. O Fórum Mundial da Água terá todo o apoio do governo local (GDF) e do governo federal através da Agencia Nacional de Águas - ANA. Estimam-se reunir em torno de 30 mil pessoas (empresários e representantes de governos e das instituições da ONU entre outros) em Brasília.

2. O evento é organizado pelo Conselho Mundial da Água, instituição que reúne cerca de 400 organismos internacionais, governamentais, da sociedade civil, do setor privado e da academia. Essas entidades estão espalhadas por aproximadamente 70 países. Além destes, figuram como membros do Conselho, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura - UNESCO, a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura - FAO, o Banco Mundial; o Programa das Nações Unidas para Assentamentos Humanos - ONU-HABITAT e a Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima – UNFCCC recebeu em janeiro de 2017 o estatuto de membro-observador.

3.    Pode-se ler no sitio oficial do FMA que o “evento contribui para os diálogos que orientam processos decisórios globais sobre o uso racional e sustentável da água”. Dizem também que o “evento que reunirá os principais especialistas, gestores e organismos envolvidos na gestão e preservação dos recursos hídricos do planeta”. Porém, o FMA e o Conselho Mundial da Água, são vinculados a organizações privadas, em especial as grandes corporações multinacionais, que tem como meta impulsionar a mercantilização da água; a intensificação das práticas de transposição de bacias hidrográficas privilegiando o atendimento das demandas por água a qualquer preço em detrimento da sua gestão; a construção de barragens para os mais variados fins afetando de forma significativa populações ribeirinhas sem considerar impactos sociais e culturais; a apropriação e controle dos aquíferos subterrâneos; entre outros.

4. Em função deste diagnostico e apesar da publicidade ideológica contrária, afirmamos (as organizações religiosas e os movimentos sociais e sindicais do Brasil) que: a) o FMA será um grande mercado de água, hegemonizado pelas grandes corporações como a Coca-Cola, a BUNG, a MONSANT, a SUES etc.; b) que os interesses destas empresas são de apropriação das reservas de água para gerar lucros extraordinários; c) que esta prática impõe fortes impactos financeiros e restrições de acesso à população de todo o mundo, afetando, sobretudo as populações e povos tradicionais mais pobres e d) que o Conselho Mundial da Água não tem legitimidade pra para entregar às Corporações privadas a água que é um bem comum.  

5. Da mesma maneira que ocorreu durante a realização dos outros FMA, as organizações sociais e populares representantes dos trabalhadores e trabalhadoras do campo e da cidade organizarão no Brasil o Fórum Alternativo Mundial da Água – FAMA. No momento atual, estamos em processo inicial de preparação. Portanto com alguns avanços e algumas lacunas a serem resolvido. O objetivo do FAMA é questionar a privatização da água, do saneamento básico, dos recursos naturais e a exploração deles por grandes empresas. Além disso, visa denunciar a ilegitimidade do Conselho Mundial da Água.

6. O FAMA está sendo gestado a partir de uma coordenação Nacional, articulada com organizações Internacionais. Estão sendo criados Comitês Estaduais. Por ser um grupo amplo e diverso, há contradições na metodologia e mesmo na proposição de ações. Mas conseguiu-se conciliar as ações para os dias 17 a 22/03/2017, sendo o dia 22/03 – Dia de mobilização em Defesa das Águas. Os temas ainda estão sendo definidos. Mas é importante deliberar a partir de nossa realidade local articulados com os temas nacionais. Os temas nacionais serão definidos até final do mês de novembro. Para os espaços de discussão e mobilização é importante a comunicação e a sistematização.

7.    Importante nesse processo:

a)    Criar e fortalecer os comitês estaduais permanentes, propositivos e não só para a discussão pontual, que seja um esforço coletivo que será levado a frente posteriormente ao FAMA.
b)   Fazer um grande evento de massas paralelo ao fórum oficial, para isso é fundamental a participação do nosso campo de articulação que debate o tema da água, articulando algumas ações em Brasília, mas fortalecer as ações locais.
c)     Mobilizar a sociedade para defender a água como bem público que não deve estar sob o controle de meia dúzia de empresas
d)  Desenvolver debates, ações locais contra a apropriação e privatização das águas, sistematizar os conflitos e experiências na defesa das águas, elaborando um dossiê.
e)    Envolver todas as organizações que tem acúmulo nas ações de resistência, sistematização, produção de conhecimento.




Sistematização: Vanderlei Martini (Cáritas), Isolete Wichinieski (CPT).

MEIO AMBIENTE

ATIVISTAS DO WWF VISITAM A REGIÃO DO MATOPIBA

Ativistas do WWF conhecem mananciais de águas na aldeia Patizal. (foto: Antonio Veríssimo. Nov. 2017)

A visita à região acontece entre o final de novembro e início de dezembro de 2017. Nesta ocasião os ativistas do WWF se encontram com lideranças indígenas, quilombolas e pequenos trabalhadores rurais para tratar sobre o avanço do PDA Matopiba e as ameaças que esse projeto representa para essas comunidades e seus territórios. A exemplo da primeira vez, a comitiva do WWF visita cidades, fazendas, assentamentos, pequenos produtores rurais, comunidades indígenas e quilombolas nos Estados de Maranhão, Piauí, Tocantins e Bahia, região de abrangência do Matopiba. Os ativistas que compõem a comitiva querem saber ainda como acontece o cultivo de grãos (especialmente a soja) nessa região de Cerrado. A visita a aldeia Patizal, na terra indígena Apinajé, localizada no Norte de Tocantins ocorreu na manhã do dia 27/11/17, segunda-feira.


Associação União das Aldeias Apinajé - Pempxà

7 de dez. de 2017

AGROEXTRATIVISMO


        O VI Encontro das Mulheres Apinajé será realizado no período de 12 a 16 de dezembro de 2017 na aldeia Bacabinha, no município de Tocantinópolis - TO. O Encontro debaterá as práticas, os usos e aproveitamentos da palmeira babaçu nas comunidades Apinajé. Esse é mais um evento realizado povo Apinajé, desta vez em parceria com as prefeituras de Maurilândia e Cachoeirinha.

29 de nov. de 2017

CARTA DO 3º ENCONTRO TOCANTINENSE DE AGROECOLOGIA

CARTA DO III ENCONTRO TOCANTINENSE DE AGROECOLOGIA

No III Encontro Tocantinense de Agroecologia, realizado no período de 23 a 26 de novembro de 2017, na aldeia Cipozal, terra indígena Apinajé, município de Tocantinópolis, Tocantins, tivemos relevante participação de povos indígenas, camponeses, quilombolas, quebradeiras de coco e suas organizações representativas vindos de assentamentos, aldeias, quilombos e cidades do Estado do Tocantins. A chegada das caravanas vindas de todas as regiões do Tocantins e de outros Estados, à aldeia Cipozal aconteceu na tarde do dia 23.

O III Encontro Tocantinense de Agroecologia é uma importante conquista e realização desses lutadores e lutadoras, protagonistas da resistência camponesa e indígena na região Norte de Tocantins, mais conhecida como “Bico do Papagaio”. Nas décadas de 1970 e 1980 essa região foi palco de intensas lutas dos trabalhadores(as) rurais e das quebradeiras de coco. Naqueles tempos sombrios de violência e opressão, para não entregar essa terra aos latifundiários e ruralistas, nossos povos se organizaram, lutaram e enfrentaram a grilagem, a pistolagem e a violência institucionalizada da ditadura militar.

Nosso povo sabe o que quer. Na mesma época, o povo Apinajé junto com parentes Krahô, Xerente, Kayapó, Xavante e Romkokamekra (Canela), se mobilizaram para lutar, demarcar e garantir parte de seu território tradicional, às custas de muito sacrifício, suor e sangue. Portanto, nossa luta é a mesma, sempre sofremos violências dos grandes por causa de terra. Sempre foi assim nossa história de luta para garantir nosso cerrado, nosso babaçu, nossas águas e nosso território do Bem Viver para presentes e futuras gerações. O III Encontro de Agroecologia é a continuidade e afirmação dessa resistência dos povos do Bico do Papagaio. É incidência política em favor do Bioma Cerrado, da palmeira babaçu, do pequi e do bacuri. E a doação de Vidas pela Vida.

Esses ideais e objetivos das lutas travadas pelos povos indígenas, quilombolas, quebradeiras de coco e camponeses presentes nesse III Encontro se misturam e se confundem na mesma causa comum. Movidos pelo senso universal do sagrado direito a existência e pela consciência em defesa da vida, buscamos a liberdade; lutando contra a escravidão do corpo e da alma, nos insurgindo contra a violência e a tirania do latifúndio. Queremos um mundo livre de muros e cercas, uma sociedade mais tolerante e um Brasil mais soberano, independente e altivo. Exigimos a demarcação dos territórios indígenas, quilombolas e nos manifestamos contra a corrupção, o abuso de poder e o golpe dos ruralistas. Com essa força e teimosia, nos levantamos em defesa das águas e da vida da Mãe Terra. Enfrentamos juntos as dificuldades e as imposições daqueles que querem nos provocar, dividir e enfraquecer.  

Esse III Encontro é sustentado e alimentado pelas experiências de nossos anciãos, a força de nossa juventude e a esperança de nossas crianças. As diversas oficinas temáticas realizadas significaram trocas de experiências e formas vivas e divertidas de se alegrar, transmitir conhecimentos e desenvolver saberes. Espaço para compartilhar, aprender e ensinar. A união da diversidade, intercâmbio cultural e celebração do Bem Viver. Lugar de pluralidade, de cantoria, de alegria e da amizade. Momento de poesia, de canção e de sabedoria. Encontro do maracá, da sanfona, do violão e do tambor.  Momentos únicos de magia e simpatia das mulheres guerreiras, meninas morenas, indígenas, quilombolas e quebradeiras. Encontro de celebrar a mística da terra para plantar, do sol para brilhar, do vento para soprar, das águas para molhar e dos povos para revolucionar.

A labuta incansável e diária das mulheres indígenas é a mesma das mulheres quilombolas e quebradeiras de coco; sofredoras na mesma dor, mas também guerreiras e batalhadoras que nunca se entregaram e se deixaram escravizar por ninguém.  Como a própria Mãe Terra, mulheres são geradoras da vida e reparadoras, que fazem brotar das cinzas a vida que foi queimada e destruída. Senhora absolutas da fertilidade e animadoras da esperança. Mulheres, presentes no lar, na política, nas salas de aulas, na roça, nas artes e na luta social. Mulheres valentes e presentes no III Encontro Tocantinense de Agroecologia.

Nossa relação e diálogo com a natureza é de Paz, harmonia e reciprocidade. Nesse encontro, vozes proféticas denunciaram as hostilidades e a guerra injusta do agronegócio contra a Mãe Terra. Repudiamos o uso do veneno nas plantações, a expansão das monoculturas de soja e eucaliptos, o desmatamento, os incêndios florestais e os assassinatos de ativistas e ambientalistas; práticas criminosas e desprezíveis atribuídas aos ruralistas que devem ser combatidas.

Os empresários do agronegócio não conseguem compreender a natureza que pede socorro e precisa viver. Alguns homens interromperam de vez sua ligação com os elementos vitais do Planeta e o sagrado, de forma ingrata não querem mais conhecer e valorizar a chuva. Insensatos se recusam a ouvir e sentir a voz do vento. Arrogantes, ignoram e não querem ver a luz e o brilho do sol. Imprudentes, envenenam as águas. A falta de sabedoria os leva a desprezar a espiritualidade da terra aonde pisam. Tudo isso movidos pela lógica do desenvolvimento econômico, da acumulação de capital e da cegueira em busca de lucros sem limites. Por causa do dinheiro, essa classe político-empresarial despreza princípios e valores humanos, esquece de Deus e perde a razão.

Diante dessas ofensivas, a própria natureza está reagindo para ser respeitada e ouvida. Antes que o Sol responda, nos perguntamos: Quantos rios precisam secar para que entendam e parem de desmatar? Até que aprendam o sentido do Bem Viver, quantas árvores atingidas pela ação criminosa dos tratores irão morrer? Quanta hipocrisia e mentiras irão ser repetidas a todo momento, antes de afirmarem a verdade declarando que veneno não é alimento?

Continuaremos firmes na prática da produção sustentável de alimentos agroecológicos, pois o ato de se alimentar é celebração da vida. No fortalecimento e garantia da Segurança Alimentar e Nutricional dos povos e suas comunidades. Defendemos a recuperação de áreas degradadas e proteção dos mananciais de águas. Estaremos sempre pró ativos participando da Campanha em Defesa do Cerrado e contra o desmatamento e o MATOPIBA. Nossos povos continuarão sempre atentos e mobilizados contra os projetos de hidrelétricas planejados nas bacias dos rios Tocantins e Araguaia, que afetam e ameaçam povos indígenas, ribeirinhos e camponeses. Esse desafio é nosso!

Enfim, esse foi o Encontro da pluralidade de ideias e pensamentos, da afirmação étnica, da diversidade cultural, das sementes, do artesanato, das expressões corporais, das pinturas, das artes, danças, corridas de toras, atividades que fizeram parte das apresentações agroecológicas e culturais do III Encontro Tocantinense de Agroecologia. Momentos que vão ficar na história e na memória dos participantes desse Encontro.



Aldeia Cipozal, Terra Indígena Apinajé, 26 de setembro de 2017.

13 de nov. de 2017

AGROECOLOGIA

Encontro Tocantinense de Agroecologia será na T.I Apinajé

As condições precárias e a manutenção das estradas vicinais de acesso à aldeia Patizal, não foram resolvidas a tempo e o III Encontro Tocantinense de Agroecologia, não será mais realizado naquela comunidade, conforme ficou decidido. 

Entre os dias 05 a 11 de novembro de 2017, após avaliação das condições daquelas estradas, as lideranças Apinajé e parceiros do CIMI, que fazem parte da Comissão Organizadora em comum acordo decidiram que o Encontro será realizado na aldeia Cipozal na data prevista, ou seja, nos dias 23 a 26 de novembro de 2017.

Na semana passada as lideranças Apinajé e membros da Comissão Organizadora do Encontro tentaram uma conversa com prefeito Paulo Gomes de Sousa para solicitar recuperação do trecho mais critico da estrada, mas foram informados que o mesmo estava viajando. Na conversa que tiveram com o Sr. Salomão, secretario de Agricultura, o mesmo afirmou que a prioridade do município são as estradas da região da aldeia São José.

Até o momento o CIMI, COEQTO, MAB, MST, EFA, FETAET, MIQCB, COMSAUDE, CPT, APA-TO, COOPTER, confirmaram presenças. Além dessas organizações sociais, indigenistas e camponesas, lideranças indígenas representantes dos povos Xerente, Carajá Xambioá e Krahô estão sendo esperadas no III Encontro Tocantinense de Agroecologia.

Os serviços de organização da estrutura na aldeia Cipozal estão em andamento. Acreditamos que até o dia 20/11, tudo estará pronto para receber os mais de 300 participantes do Encontro. O povo Apinajé, está feliz em acolher os amigos e parceiros nesse grande evento. Confira abaixo mais informações sobre o III Encontro Tocantinense de Agroecologia.



CONVITE E ORIENTAÇÕES PARA INSCRIÇÃO E PARTICIPAÇÃO

Seguindo o caminho de conhecer e reconhecer as diferentes formas de expressões da agroecologia desenvolvidos em diferentes territórios do Tocantins pelos/as camponeses/as, agricultores/as familiares, comunidades e populações tradicionais, povos indígenas, a Articulação Tocantinense de Agroecologia (ATA) os/as convida para participar do III Encontro Tocantinense de Agroecologia que  ocorrerá entre os dias 23 a 26 de Novembro de 201,  na Aldeia Cipozal, no Território Indígena Apinajé,  no município de Tocantinópolis 

Este encontro que prevê a participação de aproximadamente de 300 pessoas de todas as regiões do Tocantins ligadas as organizações envolvidas na construção da agroecologia, tem como objetivos: (I) Fortalecer a articulação entre os povos originários, comunidades tradicionais e camponeses que atuam no campo agroecológico e consolidar as estratégias de atuação da ATA; (II) Promover a divulgação e a troca de conhecimento das práticas agroecológicas e; (III) Reafirmar a importância da agroecologia, em contraposição ao agronegócio, como base para a garantia da soberania e segurança alimentar, produção sustentável e promoção da economia ecológica, popular e solidária. 

A construção deste encontro tem sido coletiva e a organização do evento está sob a responsabilidade da Associação PEMPXÀ, APA-TO, CIMI, COEQTO, COMSAUDE, CPT, COOPTER, EFA de Porto Nacional, FETAET, MIQCB, MAB, MST e UNMP-TO.


Programação

Período/ Dia
23/11/17 (Quinta Feira)
24/11/17 (Sexta Feira)
25/11/17 (Sábado)
26/11/17 (Domingo)
Manhã:  acolhida 

Mesa de abertura:

Apresentação do Território Indígena Apinajé:  História de luta e resistência e a cultura do bem viver e sua relação com a Agroecologia. 

Visita para conhecer e sentir os ambientes da Aldeia Cipozal

Cantoria com o Povo Krahô e outros

Roda de troca de sementes e produtos

Oficinas temáticas: 

Falas sobre estratégias para o Bem Viver pelos Povos Indígenas, Quilombolas, Quebradeiras de coco, Camponês 

Aprovação Carta Política do Encontro 

Encaminhamentos finais

Encerramento 


Período/ Dia
23/11/17 (Quinta Feira)
24/11/17 (Sexta Feira)
25/11/17 (Sábado)
26/11/17 (Domingo)
Tarde Chegada dos participantes e inscrição 
Painel: Realidades dos Direitos Territoriais e do Bem Viver das Populações Tradicionais e Camponesa (quebradeiras de coco, indígenas, quilombolas e movimento camponês)

Análise de conjuntura: Terra e Território   Alfredo Wagner Silvio Porto

Momento de integração:  Brincadeira de arco e flecha

Apresentação das discussões das oficinas

Palestra sobre a importância da agroecologia para a promoção do bem viver dos povos e comunidades tradicionais
Feira agroecológica e expressão cultural do artesanato.

Tenda do artesanato: Confecção de artesanatos diversos

Noite:   Cinema agroecológico

Noite cultural:?

Distribuição das vagas: As organizações mobilizadoras deverão mobilizar os/as participantes considerando o número de vagas previstas e o perfil do público.

Organização mobilizadora

Nº de participantes: 285

Responsável: CIMI (Povo Apinajé, Xerente e Krahô) 120 Laudovina, COEQTO20 Cida, MAB 15 Maria e Augustinho, MST 15 Marcos, EFA Bico 10 Sineide, EFA Porto 10 Elisa,EFA São Salvador 10 Cirineu, FETAET 15 Antônio de Sá, MIQCB 15 Socorro, CPT 15 Evandro e Felipe, Matinha 5 Valdivino, APA-TO 15 Yuki, COOPTER  15 Juraildes. Outros; 5 Paulão.  Total participante 285.

RECOMENDAÇÕES IMPORTANTES: Estar aberto a vivenciar a realidade e a forma de vida do Povo Indígena Apinajé é um ponto que está intrínseco na metodologia de todo o evento. Por isso, é muito importante que as organizações mobilizadoras, orientem os/as participantes que estão inscritos para participar do encontro.  

No encontro pretendemos “misturar os sabores” da comida do povo Apinajécom a dos camponeses, durante o preparo da alimentação, por isso o sabor será único e não comum ao que estamos acostumados,
E para garantir o bom andamento do encontro, recomendamos que quaisquer tipos de BEBIDAS ALCÓOLICAS não sejam trazidos para o evento pelos/as participantes.

Critérios de participação: Cada organização mobilizadora ficará responsável de mobilizar e organizar os/as participantes.  Deverão ser respeitados os critérios da composição dos participantes definidos pela comissão organizadora, sendo 80% de agricultores/as familiares, camponeses/as, povos indígenas e tradicionais e 20% assessores/as, pesquisadores/as e professores/as, buscando garantir pelo menos 50% de mulheres e 30% de jovens. Participação de crianças: haverá atividades paralelas destinadas para as crianças. Por isso, cada pessoa inscrita deverá informar na ficha de inscrição se levará crianças para o encontro. 

Prazos e Inscrição dos (as) participantes: O prazo para inscrição é até dia 27/10/2017 e a organização mobilizadora deverá enviar apenas a ficha síntese (em Excell) para o e-mail: yuki@apato.org.br, atentar-se para enviar todas as informações exigidas na ficha, com destaque para os dados de RG e CPF do participante para agilizar organização dos ônibus. Será considerado inscrito apenas as pessoas que enviarem a ficha de inscrição para a comissão organizadora. Após esta data as vagas não preenchidas serão redistribuídas entre as organizações antenas.

Inscrição nas Oficinas: Na ficha o/a participante deverá definir em qual oficina pretende participar, ressaltando que é um pré-inscrição, porque há um número limitado de vagas por oficina. Caso haja um número superior de inscritos em determinada oficina, o/a participante será convidado a escolher uma outra oficina, no ato da inscrição no evento, quando ocorrerá a confirmação em qual oficina irá participar. Especificamente, a oficina “Instrumentos de comunicação como alternativa para monitoramento do território e direitos”, a distribuição de vagas já está definida, sendo 7 para os povos indígenas e 8 para demais públicos. 

Transporte: As despesas de deslocamento dos (as) participantes da sua comunidade até a local do ônibus é de responsabilidade da organização a que pertence. O itinerário dos ônibus será definido após a inscrição dos/as participantes e será informado pelas organizações antena com antecedência. As organizações antenas que articularão seu próprio transporte, orientamos que dê preferência a vans, micro-ônibus e ônibus simples, em função das condições de estrada.

Alimentação e hospedagem:  A alimentação durante a viagem é de responsabilidade de cada organização antena ou participante.  Por isso, orientamos que cada participante traga o seu “frito”. A comissão organizadora assumirá as despesas de alimentação e hospedagem durante o evento. Cada participante deverá trazer o seu kit alimentação: colher, prato e copo. A hospedagem será na escola (poucos lugares), no galpão de palha ou em barracas de camping. Por isso, levar de preferência colchão, rede e corda ou barraca de camping.  

Materiais e produtos para troca e feirinha. Não deixem de trazer! As organizações e os/as participantes poderão trazer faixas, cartazes, instrumentos musicais, pinturas, fotografias, poesias, estandartes etc. Os/as participantes também devem se organizar para trazer sementes e mudas em bom estado de conservação para os momentos de troca e produtos para a feira. Os/as participantes terão disponíveis barracas simples para expor os seus produtos durante o encontro.Para as apresentações culturais: instrumentos musicais, roupas, material de teatro, poesia, música e dança.

Os artesões e artesãs: Os artesões e artesãs que quiseram fazer uma demonstração de como se confecciona o seu artesanato, haverá um espaço e um momento específico para isso.



Aldeia Cipozal, 13 de novembro de 2017

Associação União das Aldeias Apinajé - Pempxà

4 de nov. de 2017

MUDANÇAS CLIMÁTICAS

COP 23: Survival pede maior presença indígena na conferência climática

 

3 de novembro de 2017


A Survival International está pedindo que os líderes mundiais reconheçam o papel crucial que os povos indígenas possuem na preservação do meio ambiente, nas vésperas da conferência COP 23 em Bonn, na Alemanha.
A conferência, que será realizada entre 6 e 17 de novembro, ocorre em seguimento às discussões sobre mudanças climáticas em Paris em 2015, e trará representantes governamentais e ativistas do mundo inteiro, incluindo indígenas, para discutir temas relacionados ao meio ambiente.
Indígenas brasileiros protestam na Europa pelos seus direitos © Survival International
A Survival lidera o apelo global por um modelo de conservação do meio ambiente que respeite os direitos dos povos indígenas. Isso tem sido crescentemente reconhecido por autoridades internacionais, como a Relatora Especial da ONU sobre os direitos dos povos indígenas, Victoria Tauli-Corpuz.

Davi Kopenawa, um xamã Yanomami conhecido como “Dalai Lama da Floresta,” disse: “As chuvas chegam tarde. O sol age estranho. O mundo está doente. Os pulmões do céu estão poluídos. Nós sabemos que está acontecendo. Vocês não podem continuar destruindo a natureza.”

Evidências demonstram que territórios indígenas são as melhores barreiras ao desflorestamento. Medidas para uma proteção efetiva das terras e o reconhecimento dos direitos territoriais indígenas protegem vastas áreas de floresta, ajudando na proteção da biodiversidade e reduzindo os níveis globais de CO2.
Imagens de satélite mostram que grandes áreas da Amazônia são protegidas por territórios indígenas.
© Google Earth
Mas, apesar disso, algumas das grandes organizações de conservação estão fazendo parcerias com indústrias e turismo e destruindo os melhores aliados do meio ambiente. O Fundo Mundial para a Natureza (WWF) e a Wildlife Conservation Society (WCS) fizeram parcerias com empresas madeireiras na Bacia do Congo, nenhuma das quais extrai madeira de forma sustentável, e ambas contribuíram para graves violações de povos indígenas como os Baka e Bayaka.
Apesar de alguns líderes indígenas como Sonia Guajajara estarem presentes nas discussões, as vozes dos povos indígenas não estarão no cerne da conferência. Isso ocorre apesar de os povos indígenas serem os melhores conservacionistas e guardiões do mundo natural, os quais deveriam estar liderando o movimento ambiental.
Os Guardiões Guajajara são um grupo de indígenas na Amazônia maranhense que protegem sua floresta e os indígenas isolados que nela vivem. © Survival International
O diretor da Survival International, Stephen Corry, disse: “É perigoso colocar os indígenas de lado nas discussões de como melhor proteger o nosso planeta. Eles têm um conhecimento muito mais extenso de como cuidar do ambiente melhor do que ninguém e é um grande risco ignorá-lo. Por décadas, a sociedade industrializada devastou o planeta e destruiu povos indígenas no caminho. Está na hora de começar a ouvir-los antes que seja tarde demais.”
Leia esta notícia online: https://www.survivalbrasil.org/ultimas-noticias/11861
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