POVO
APINAJÉ: SITUAÇÃO DAS ESTRADAS VICINAIS DE ACESSO ÀS ALDEIAS É CAÓTICA
Nos últimos anos temos procurado exaustivamente as autoridades e os
órgãos públicos Municipais, Estaduais e Federias buscando uma solução para os
problemas das estradas internas de acesso às 28 aldeias Apinajé localizadas nos
municípios de Tocantinópolis e Maurilândia. São pelo menos 300 km de estradas
vicinais por onde circulam diariamente bicicletas, motos, camionetas, caminhão e ônibus.
No momento existem alguns trechos dessas estradas
vicinais que foram seriamente danificados pelas chuvas e estão em situação
critica, dificultando e inviabilizando o acesso do transporte escolar, o
atendimento à saúde e outros serviços essenciais.
Especialmente preocupados com essa situação, último dia 24/02/14
estivemos reunidos na Procuradoria da República/PR-TO em Palmas (TO), com os
representantes do MPF-TO, FUNAI e AGETRANS; pedindo uma solução emergencial para que nossa
população não seja ainda mais prejudicada. Demostrando indiferença e falta de
compromisso com o povo Apinajé, os prefeitos de Tocantinópolis e Maurilândia, teriam
sido convidados pelo MPF-TO, mais infelizmente não compareceram e nem enviaram
representantes.
Entretanto no dia 24/02 ocorreu também na Assembléia Legislativa do
Tocantins uma Audiência Pública bem concorrida, para tratar da questão de pavimentação de rodovias
em terras indígenas. Dessa vez foi debatido o asfaltamento das rodovias na
terra indígena Xerente.
No sentido de fazer pressão política, na mesma data, alguns manifestantes
índios e não-índios manipulados e incentivados por políticos e empresários da
região, bloquearam a rodovia TO 126, próximo o povoado Ribeirão Grande no
município de Tocantinópolis (TO). O objetivo desse movimento é obrigar os
órgãos da Administração Pública Federal envolvidos no licenciamento da TO 126 cederem e liberar na marra a
licença para começar logo a pavimentação asfáltica dessa rodovia que corta a área Apinajé.
Diante desses fatos lamentamos a postura de
alguns políticos que se dizem representantes dos povos dessa região. Por que
esses deputados que se dizem "bonzinhos" não propõem também uma Audiência Pública
na AL para discutir e solucionar a situação caótica das estradas internas das
aldeias indígenas? Já que se dizem preocupados com a vida do povo; a manutenção
e conservação das estradas internas das aldeias e assentamentos do estado
deveriam ser pauta e prioridade desses parlamentares.
Mas a realidade é outra. Sabemos que é tudo pensado e diabolicamente arquitetado
para que determinados grupos políticos e as oligarquias regionais se eternizem
no poder e continuem oprimindo nosso povo e explorando nossas terras. E para continuar
seus projetos políticos, usam os cargos públicos, o parlamento e a imprensa para
manipular, mentir, enganar, intimidar e dividir nosso povo.
Neste contexto de insegurança e instabilidade social, nos últimos meses estamos sofrendo muitas pressões,
ameaças e violências de parte desses grupos, que estão provocando e semeando o
ódio, a divisão interna e a discórdia entre as famílias Apinajé.
Terra indígena Apinajé, 27 de fevereiro de 2014.
Associação união das Aldeias Apinajé-PEMPXÀ
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